SOCIAL MEDIA
Portuguese Medical Association's Scientific Journal
Foi com extremo agrado que li o artigo “SARS-CoV-2 em Oftalmologia: Evidência Atual e Recomendações para a Prática Clínica”, publicado na sua estimada revista. E gostaria de contribuir com mais algumas reflexões.
O coronavírus já é conhecido e estudado em medicina veterinária, onde já foram descritos casos de uveites anteriores, coroidites e vasculite retiniana em felinos.
Já foram descritos relatos de casos de doentes com COVID-19 e com alteração na motilidade ocular extrínseca. Foi relatado um caso de um doente com paralisia do terceiro par craniano, que teve uma recuperação espontânea após sete dias de sintomas com diplopia. As alterações da motilidade ocular podem ocorrer devido ao aumento da pressão intracraniana ou devido a uma ação trombótica do vírus que possa causar a obstrução de vasos. Já é conhecida a existência de vírus que possuem ação neurotrófica, como o vírus da Chikungunya, que com a libertação de neurotoxinas pode levar a alteração da motilidade ocular, o que seria um mecanismo de ação a ser estudado para o SARS-CoV-2. Um relato de caso de um doente com COVID-19, alteração da motilidade ocular e aumento de anticorpos anti acetilcolina demonstram um possível mecanismo de ação autoimune, que também merece estudos adicionais.