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Portuguese Medical Association's Scientific Journal
A COVID-19, com mais de 150 milhões de casos confirmados e mais de três milhões de mortes à data deste editorial, está a ser fortemente caracterizada pela utilização, sem precedentes na história da ciência, dos dados genéticos do agente infecioso (SARS-CoV-2) como uma importante ferramenta de monitorização da pandemia. De facto, após a sequenciação do primeiro genoma do SARS-CoV-2 de um doente de Wuhan, a comunidade científica empenhou-se fortemente no estudo da variabilidade genética deste vírus através da criação de consórcios de sequenciação em múltiplos países, apesar da heterogeneidade notória em termos de empenho das entidades de financiamento governamentais. A título de exemplo refira-se a atribuição, logo nos primeiros meses de pandemia, de mais de 20 milhões de libras pelo Reino Unido e de 1,8 milhões de euros por Espanha para a vigilância genética por sequenciação, contrastando com a situação de Portugal, onde não existiu, até ao presente, qualquer programa de financiamento. O esforço massivo de sequenciação por parte da comunidade científica resultou já na disponibilidade de mais de um milhão de genomas (https://www.gisaid.org/), de acesso livre às várias vertentes de investigação.